Fazer um percurso de 50 km é um desafio exigente que requer uma preparação metódica e progressiva. Um programa estruturado permitir-lhe-á percorrer esta distância com confiança e serenidade. O sucesso nesta distância depende não só da sua resistência, mas também de uma preparação específica adaptada aos condicionalismos do trail running. 🏃♂️
Conteúdo
- 1 Porquê uma preparação específica para uma corrida de 50 km?
- 2 Os princípios fundamentais do treino de trail
- 3 Estrutura de um programa de 16 semanas
- 4 As diferentes fases da formação
- 5 Tipos de sessões específicas para o trail running
- 6 Gestão da recuperação
- 7 Nutrição e hidratação
- 8 Plano de treino universal para um percurso de 50 km
- 9 Preparação mental para os 50 km
- 10 Conclusão
Porquê uma preparação específica para uma corrida de 50 km?
O percurso de 50 km representa um marco importante no mundo do ciclismo.ultra-resistência. Esta distância exige um esforço intenso do organismo durante 5 a 10 horas de esforço contínuo, consoante o nível do atleta. A diferença de altitude, que é muitas vezes substancial neste tipo de prova, acrescenta uma dimensão extra que não deve ser subestimada.
A abordagem de uma corrida de 50 km é fundamentalmente diferente da de uma maratona de estrada. O terreno variado, as subidas técnicas e as descidas exigentes requerem uma preparação física e mental específica.
Os condicionalismos fisiológicos de um esforço tão longo exigem uma gestão inteligente do treino. Não só terá de desenvolver a sua resistência aeróbica mas também a sua força muscular e a sua capacidade de gerir os aspectos nutricionais.
Os princípios fundamentais do treino de trail
La progressivo continua a ser a regra de ouro para se preparar para um percurso de 50 km sem se lesionar. Aumente gradualmente o seu volume de treino, respeitando a regra do aumento máximo semanal de 10%. A especificidade é o segundo pilar essencial: treinar num terreno semelhante ao do seu objetivo.
A alternância entre cargas de treino e recuperação irá otimizar o seu progresso. Um bom programa inclui semanas de carga progressiva seguidas de uma semana de recuperação relativa para permitir a adaptação do corpo.
A paciência é o seu melhor aliado na preparação para uma ultra. As adaptações fisiológicas levam tempo, e apressar as coisas conduz inevitavelmente a lesões ou ao excesso de treino.
Pessoalmente, descobri que os corredores que respeitam estes princípios fundamentais fazem progressos mais consistentes. Uma preparação adequada ao longo de 4 a 6 meses dar-lhe-á os melhores resultados. hipóteses de sucesso.
Estrutura de um programa de 16 semanas
O programa ideal para um percurso de 50 km é geralmente repartido por 16 semanas no mínimo. Este período de tempo permite uma progressão harmoniosa e a aquisição de todas as qualidades necessárias. O planeamento divide-se em fases distintas com objectivos específicos.
As primeiras semanas centram-se no desenvolvimento da resistência fundamental. Segue-se uma fase de reforço muscular e trabalho específico nas colinas.
Nas últimas 4 a 6 semanas antes do evento, o volume de treino diminui gradualmente. Esta fase de afinação garante que chega fresco e descansado ao dia D, mantendo os benefícios do seu treino.
As diferentes fases da formação
Fase 1: Aumentar a resistência (semanas 1-6)
O objetivo desta primeira fase é desenvolver a sua capacidade aeróbica e a sua resistência básica. As saídas longas prolongam-se progressivamente, sem ultrapassar as 2h30-3h durante este período. A intensidade mantém-se moderada, principalmente na zona 2 (facilidade de respiração).
O reforço muscular torna-se um elemento-chave nesta fase de preparação. Duas sessões semanais para os músculos específicos do trilho (quadríceps, isquiotibiais, gémeos e abdominais) enquadram-se perfeitamente no seu programa.
Nesta fase, a qualidade tem sempre prioridade sobre a quantidade. É preferível correr menos, mas em boas condições, do que acumular quilómetros em estado de fadiga.
Durante este período, verifiquei que a inclusão de uma saída de trilho todas as semanas, mesmo que curta, permitia habituarmo-nos gradualmente à terreno técnico. Esta adaptação precoce facilitará muito o resto da sua preparação.
Fase 2: Desenvolvimento específico (semanas 7-12)
Esta fase intensifica o trabalho específico do trilho com mais queda e competências técnicas. Os passeios longos prolongam-se progressivamente até 3h30-4h para os mais experientes. A incorporação de exercícios específicos, como as repetições de subidas, torna-se indispensável.
O volume semanal aumenta gradualmente sem comprometer a qualidade das sessões. Um percurso de 25-30 km pode ser integrado como ensaio intermédio no final desta fase.
Os blocos de treino (2 dias consecutivos com volume significativo) simulam efetivamente a fadiga de uma ultra. São uma excelente forma de habituar o corpo e a mente a correr em estado de fadiga.
As provas longas são a pedra angular da sua preparação. Desenvolvem não só a sua resistência física, mas também a sua capacidade de gerir os aspectos nutricionais e mentais ao longo do tempo.
Fase 3: Afiação (semanas 13-16)
Oafiação O volume diminui gradualmente enquanto a intensidade se mantém estável. Esta redução permite ao organismo sobrecompensar e regenerar-se completamente. A última saída longa significativa tem lugar 3 semanas antes do objetivo.
Nas duas últimas semanas, o volume diminui de 30 a 50% em relação ao pico de treino. Esta redução deve ser acompanhada de uma atenção especial à recuperação e à alimentação.
Afinar não é sinónimo de parar completamente. Manter as sessões curtas mas dinâmicas ajudá-lo-á a manter o que aprendeu, ao mesmo tempo que incentiva a recuperação.
Constatei que muitos corredores cometem o erro de reduzir demasiado o seu treino durante esta fase. Mantenha uma certa regularidade com sessões mais curtas que mantenham o sistema alerta.
Tipos de sessões específicas para o trail running
Passeios longos e progressivos
Estas saídas são as central da sua preparação para uma corrida de 50 km. Comece de forma modesta (1h30-2h) e aumente gradualmente até 4h-5h para os mais experientes. A progressão ideal acrescenta 15-20 minutos por semana.
A tónica deve ser colocada no tempo gasto e não na distância percorrida. Os terrenos ondulados ou montanhosos abrandam naturalmente o ritmo sem reduzir a intensidade do esforço.
Incorpore gradualmente os alimentos e a hidratação que irá utilizar no dia da corrida. Este hábito educativo ajudá-lo-á a evitar problemas digestivos no dia da corrida.
As viagens longas são a oportunidade perfeita para testar o seu equipamento e a sua estratégia nutricional. Nunca negligencie este aspeto fundamental da preparação.
Trabalho com nervuras
As repetições em subidas desenvolvem eficazmente a potência muscular específicas do trail running. Escolha uma variedade de declives (suaves, íngremes, técnicos) para desafiar o seu corpo de diferentes formas. Conjuntos de 3 a 6 minutos de esforço com um tempo de recuperação equivalente na descida são um excelente estímulo.
Não se esqueça de trabalhar também as descidas técnicas. Estas são um dos principais factores limitantes do trail running e são frequentemente negligenciadas nos treinos.
Uma sessão típica pode incluir 5-8 repetições de uma subida com um gradiente positivo de 400-600m. Recupere na descida, controlando a sua técnica.
Descobri que as sessões de subida no final de pedaladas longas são particularmente benéficas. Habituam o corpo a produzir um esforço intenso num estado de fadiga, tal como numa corrida.
Blocos de formação
Os blocos de treino consistem em dois ou três dias consecutivos com um volume significativo. Por exemplo, uma saída longa no sábado (3 horas) seguida de uma saída média no domingo (2 horas) com uma diferença significativa de altitude.
Esta abordagem simula efetivamente condições de ultra sem os constrangimentos logísticos de uma saída muito longa. Habitua o seu corpo a recuperar rapidamente e a ter um bom desempenho quando está cansado.
Os blocos de treino são um excelente compromisso para os corredores com horários ocupados. Permitem-lhe aumentar o volume durante um fim de semana sem precisar de um dia inteiro de treino.
Na minha experiência, estes blocos são uma excelente forma de testar a sua capacidade de recuperação. Se recuperar bem depois de um fim de semana agitado, é um excelente indicador para a sua corrida de 50 km.
Gestão da recuperação
A recuperação nunca deve ser considerada como secundária na sua preparação. Incluir sistematicamente uma semana ligeira (redução de volume de 30-40%) a cada 3-4 semanas. Esta periodização permite assimilar as cargas de treino anteriores.
O sono é o seu melhor aliado na recuperação. Procure dormir 7-9 horas por dia, especialmente depois de sessões intensas ou longas.
A recuperação é o ingrediente secreto do progresso. Sem ela, mesmo o melhor programa de treino conduz ao sobretreino ou a lesões.
As técnicas activas de recuperação (caminhadas ligeiras, andar de bicicleta) e as técnicas passivas (compressão, banhos frios, massagem) podem acelerar o processo. Alterne-as de acordo com a forma como se sente e o tempo de que dispõe.
Nutrição e hidratação
A sua dieta diária deve apoiar eficazmente o seu treino para um trail de 50 km. Escolha uma dieta equilibrada, rica em hidratos de carbono complexos, proteínas de qualidade e gorduras boas. A hidratação constante ajudá-lo-á a recuperar e a evitar lesões.
Durante os passeios longos, habitue-se a consumir 60-90g de hidratos de carbono por hora. Esta estratégia nutricional treina-o exatamente da mesma forma que a sua resistência.
Consultar o nosso comparação das melhores bebidas isotónicas
A nutrição nos trilhos é o "quarto desporto" depois da corrida, da subida e da descida. Uma estratégia nutricional bem afinada faz muitas vezes a diferença entre terminar e desistir.
Descobri que alternar entre alimentação sólida e líquida durante as viagens longas preserva o conforto digestivo. Esta abordagem variada evita o cansaço do paladar que ocorre frequentemente em longas distâncias.
Plano de treino universal para um percurso de 50 km
Eis um exemplo de uma semana típica para as diferentes fases da sua preparação. Este programa destina-se a um corredor intermédio que pode correr confortavelmente durante 2 horas.
Fase de construção (semanas 1-6)
Dia | Sessão | Duração/Distância | Intensidade | Notas |
---|---|---|---|---|
Segunda-feira | Descanso ou treino cruzado | 30-45 min | Baixa | Ciclismo, natação, fortalecimento |
Terça-feira | Resistência | 45-60 min | Zona 2 | Terreno plano ou acidentado |
Quarta-feira | Reforçar os músculos | 30-40 min | Moderado | Direcionado para as pernas e o tronco |
Quinta-feira | Resistência | 60-75 min | Zona 2 | Incorporação de algumas costeletas |
Sexta-feira | Descanso | – | – | Possibilidade de recuperação ativa |
Sábado | Técnica da colina | 60-90 min | Zona 2-3 | Sítio técnico |
Domingo | Saída longa | 2h-2h30 | Zona 2 | Terreno variado, +200-400m D+. |
Fase de desenvolvimento (semanas 7-12)
Dia | Sessão | Duração/Distância | Intensidade | Notas |
---|---|---|---|---|
Segunda-feira | Repouso ou recuperação ativa | 30-45 min | Muito baixo | Andar a pé ou de bicicleta ligeira |
Terça-feira | Resistência | 60-75 min | Zona 2 | Terreno ondulado |
Quarta-feira | Costeletas | 60-75 min | Zona 3-4 | 6-8×3-4 min em subida |
Quinta-feira | Resistência técnica | 75-90 min | Zona 2 | Sítio técnico |
Sexta-feira | Repouso ou reforço | 30 minutos | Moderado | Preparar o fim de semana |
Sábado | Saída longa | 3h-3h30 | Zona 2 | +500-700m D+ |
Domingo | Resistência | 90-120 min | Zona 2 | Recuperação ativa |
Fase de aperfeiçoamento (semanas 13-16)
Dia | Sessão | Duração/Distância | Intensidade | Notas |
---|---|---|---|---|
Segunda-feira | Descanso | – | – | Recuperação total |
Terça-feira | Resistência | 45-60 min | Zona 2 | Sensações |
Quarta-feira | Costeletas | 45-60 min | Zona 3 | 4-6×2-3 min, volume reduzido |
Quinta-feira | Resistência técnica | 60 minutos | Zona 2 | Terreno semelhante ao da corrida |
Sexta-feira | Descanso | – | – | Alongamento ligeiro |
Sábado | Mini passeio longo | 90-120 min | Zona 2 | Ajustes finais |
Domingo | Muito leve | 30-45 min | Zona 1-2 | Recuperação ativa |
Preparação mental para os 50 km
O aspeto mental desempenha um papel decisivo em provas longas, como um trail de 50 km. Desenvolva estratégias para lidar com os momentos difíceis que inevitavelmente surgirão. Dividir mentalmente o percurso em secções manejáveis torna muito mais fácil gerir o esforço.
Treine-se para se manter positivo mesmo nos momentos difíceis. Uma atitude construtiva face aos obstáculos é uma vantagem considerável no ultra trail running.
Não se pode improvisar a mentalidade no dia da corrida. É construída pacientemente ao longo de cada sessão de treino dura que completa, apesar da fadiga ou das condições adversas.
Constatei que os corredores que visualizam regularmente a sua corrida abordam as dificuldades com maior serenidade. Inclua esta prática na sua preparação para aumentar a sua confiança.
Conclusão
A preparação para uma corrida de trail de 50 km representa um investimento substancial de tempo e energia. Este programa estruturado fornece-lhe uma base sólida para enfrentar este desafio com confiança. Adapte-o às suas limitações pessoais, respeitando os princípios fundamentais apresentados.
Não se esqueça de que o progresso no trail running é o resultado de um equilíbrio subtil entre a carga de treino e a recuperação. Ouça o seu corpo e não hesite em ajustar o seu programa de acordo com o que sente.
O sucesso no trail running não se mede apenas na chegada. A distância percorrida durante a preparação é, por si só, uma vitória.
Se está à procura de preparação para uma distância mais curta, dê uma vista de olhos à nossa plano de treino para um trail de 30 km que propõe uma abordagem adaptada a este formato.
Desfrutem do vosso treino e, acima de tudo, divirtam-se! 🏔️